Dezembro é o mês mais festivo do ano, mas também um dos mais corridos. Ele também é o mês no qual tentamos finalizar algumas coisas, como aquele livro chato que você começou a ler em agosto e que decidiu dar uma segunda chance.
O Ano do Diluvio por Margaret Atwood
O Ano do Diluvio é o segundo livro da trilogia MaddAddão, escrita por Margaret Atwood. Ele conta a história de Ren, uma dançarina de trapézio na Scales and Tails, e de Toby, que trabalhava no spa de luxo AnooYoo. As duas sobreviveram à epidemia que quase extinguiu os humanos no primeiro livro. Elas também fizeram parte dos Jardineiros de Deus, um grupo religioso que ia contra a mentalidade das corporações ao pregar a adoração à Terra, o veganismo e a lembrança a todas as espécies extintas.
Para ser sincera, o livro é meio chato. Eu gostei muito mais do primeiro (Oryx e Crake) porque ele parecia mais com a Margaret Atwood, e menos com um blockbuster de Hollywood. Eu acho que essa narrativa tinha muito potencial, mas as “cenas de ação” a enfraqueceram. Demorou quase metade do livro (que não é pequeno) para que falar de Jimmy e como ele está relacionado com os outros personagens.
Eu ainda não li o terceiro livro, mas espero que seja um pouco melhor do que esse. Também espero que ele foque ou no aspecto ambiental, na violência urbana e do estado, ou das empresas farmacêuticas com sede de poder e status. Eu acho que, como a Margaret tentou abraçar todas essas questões nesse livro, o resultado final ficou meio bleh.
Mrs. Dalloway por Virginia Woolf

Mrs. Dalloway é considerada uma obra prima e um dos livros mais importantes da Virginia Woolf. Ele segue um grupo de pessoas durante o dia no qual Mrs. Dalloway vai realizar um baile. A personagem principal é Clarissa Dalloway, a esposa de um membro conservador do parlamento inglês, e a mãe de Elizabeth, de 17 anos.
É o livro mais legal do mundo? Não. Mas foi escrito de uma forma maravilhosa. O narrador muda constantemente, mas é sempre em primeira pessoa. Virginia (e Mario Quintana, o tradutor) conseguiu a façanha de escrever de tal maneira que é quase imperceptível a troca do narrador.
As primeiras páginas podem fazer esse livro parecer um pouco vazio. Mas, conforme você lê, percebe que ele fala muito mais do que só a organização de um baile.
That Kind of Mother por Rumaan Alam

That Kind of Mother, escrito por Rumaan Alam, foi chamado pelo Washington Post como uma incrível descrição da maternidade. Ele conta a história de Rebecca Stone, uma poeta que tem seu primeiro filho, Jacob em 1985. Para ajudar a cuidar da criança, ela contrata Priscilla, uma mulher negra que trabalhava no hospital, e com a qual rapidamente se tornou amiga. Alguns anos depois, Priscilla morre durante o parto de seu segundo filho. Rebecca então decide adotar a criança, e descobre os privilégios de ser branca, e a quão despreparada estava para ser a mãe branca de um filho negro.
Eu comecei a ler esse livro em agosto, mas parei no capítulo. A narrativa estava chata e muito lenta. A velocidade melhorou um pouco, mas, mesmo assim, esse livro é muito, muito chato. A narrativa é muito rasa e parece não ter um foco especifico. Mas não quero desmerecer nem o autor, nem o livro, pois sei que faço parte do público alvo.